Shindo Renmei - (臣道連盟 Liga do Caminho dos Súditos em idioma japonês) foi uma associação de caráter nacionalista
e considerada com organização terrorista criada no interior de São Paulo no início da década
de 1940 por isseis.[5]
Alguns membros mais fanáticos da associação (tokkotai) cometiam atentados
violentos contra os isseis e nipo-brasileiros que
acreditavam nas notícias da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. A Shindo Renmei
matou, pelo menos, 23 pessoas e feriu outras 147, em sua maioria imigrantes de
origem japonesa (isseis).
Os
primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. A grande maioria
dos imigrantes japoneses pretendia fazer fortuna para depois retornar ao Japão.
Os
recém-chegados depararam-se com uma terra completamente diferente de sua
pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente
daquilo a que eles estavam acostumados.
A
política de imigração da República Velha pretendia "branquear" o
Brasil. Imigrantes japoneses só foram aceitos pois diminuía muito o fluxo de imigrantes italianos.
Nesse
contexto, o imigrante japonês era visto com desconfiança já que possuía hábitos
completamente diferentes dos brasileiros e de outros imigrantes estrangeiros.
Os japoneses organizavam-se em comunidades fechadas, poucos aprendiam a língua portuguesa e evitavam contatos com os
brasileiros e outras comunidades de imigrantes. Estes fatos contribuíram ainda
mais para aumentar a desconfiança contra eles.
Apesar
de tudo, o Brasil possuía já na década
de 1930, a maior comunidade de imigrantes japoneses do mundo.
A
ditadura do Estado Novo implantado por Getúlio
Vargas procurou ressaltar o nacionalismo brasileiro através da
repressão à cultura dos imigrantes que formavam comunidades fechadas como os
japoneses e alemães. O decreto nº 383 de 18 de abril
de 1938 determinou
várias proibições aos estrangeiros: não poderiam participar de atividades
políticas, formar qualquer tipo de associação, falar idiomas estrangeiros em
público ou usá-los para alfabetização de crianças. A transmissão de programas
de rádio em idiomas estrangeiros foi proibida. As publicações impressas
(jornais, revistas) em idiomas estrangeiros foram proibidas, a não ser que
fossem bilíngües, japonês-português por exemplo. Como a publicação em idioma japonês ficou muito cara, jornais e revistas
deixaram de circular.[6]
Em 1939, uma pesquisa da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
de São
Paulo, mostrava que 87,7% dos nipo-brasileiros assinavam jornais em idioma japonês, um índice altíssimo de leitura no
Brasil da época.[6]
O decreto nº 383 de 1938
praticamente acabou com a disseminação de informações na comunidade japonesa,
pois boa parte desta sequer compreendia o idioma português.
Com o rompimento das relações diplomáticas com o
Japão, em 1942, a
chegada de novos imigrantes do Japão foi
proibida, as cartas não mais chegavam, os nipo-brasileiros passaram a não poder
viajar pelo território nacional ou residir em certos locais (como no litoral)
sem salvo-conduto expedido por autoridade policial, e os aparelhos de rádio
foram apreendidos para que não se ouvissem transmissões em ondas
curtas do Japão.[6]
Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, a comunidade de nipo-brasileiros ficou sem receber
notícias do Japão
e sem imprensa escrita ou falada que usasse o idioma japonês. A falta de informações sobre o
Japão passou a ser total
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