domingo, 25 de abril de 2010

Juvenal

"Juvenal estava desempregado vários meses. Com a resistência que os brasileiros tem, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar no escritório, o entrevistador lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?

- Salário minimo, respondeu Juvenal.

-Pois se o Sr. for contratado ganhará 10 mil dolares por mês!

- Jura?

- Que carro o Sr. tem?

- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!

-Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!

- Jura?

- O senhor viaja muito para o exterior?
 O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui, irá viajar pelo menos 10 vezes

por ano,para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.

- Jura?

- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo

agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (sexta-feira) a meia-noite o senhor não receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira.

Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até

a meia-noite da sexta-feira e rezar para que não aparecesse

nenhum maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a

família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa a base de muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de chopp aberto. As 9 horas da noite a festa fervia.

A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.

A vizinha gostosa, interesseira, se jogava pra perto do Juvenal. E a banda tocava!

E o chopp gelado rolava!

O povo dançava!

Onze horas, Juvenal era o rei do bairro.
Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeirosalário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba,meio assustada.
Onze horas e cinquenta e cinco minutos........

Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela...

Era do Correio!

A festa parou!

A banda se calou!

A tuba engasgou!

Um bêbado arrotou!

Uma velha peidou!

Um cachorro uivou!

Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.

Jogaram água na churrasqueira!

O chopp esquentou!

A mulher do Juvenal desmaiou!

A motoca parou!

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?

- Si, si, sim, so, so, sou eu...

A multidão não resistiu...

- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

- Telegrama para o senhor...

Juvenal não acreditava...

Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água,ergueu a cabeça e olhou para todos.

Silêncio total.

Respirou fundo e abriu o telegrama.

Uma lágrima rolou, molhando o telegrama...

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava.

- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e

começou a gritar eufórico .

- MAMÃE MORREEEEUUU! MAMÃE MORREEEEUUU!!!!!!!"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Quando os que comandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito."

Jean François Paul Gondi, cardeal De Retz - 1614/79

Vestindo a máscara do porco

Vestindo a máscara do porco
"Os chineses têm um ditado : "vestir a máscara do porco para matar o tigre". É uma referência a uma antiga técnica de caça em que o caçador se cobre com a pele e o focinho de um porco, e sai grunhindo. O poderoso tigre pensa que um porco vem chegando, deixa-o se aproximar, saboreando a perspectiva de uma refeição fácil. Mas é o caçador quem ri por último. Mascarar-se de porco funciona muito bem com quem, como os tigres, é muito arrogante e seguro de si. Quanto mais eles acham que é fácil apanhar você, mais facilmente você vira a mesa. Este truque também é útil se você for ambicioso, mas ocupa uma posição inferior na hierarquia - aparentar ser menos inteligente do que é, até meio tolo, é o disfarce perfeito" (Robert Greene).