sábado, 31 de dezembro de 2011

EM PAÍSES DA EUROPA SÓ É PERMITIDO SOLTAR FOGOS EM ÁREAS PREVIAMENTE ESTABELECIDAS PARA NÃO PREJUDICAR A FAUNA.

Cuidados com Fogos de Artifício


Os fogos são responsáveis por acidentes dos mais variados tipos, principalmente com cães.






Natal, Ano Novo, Copa do Mundo, finais de campeonatos de futebol são ocasiões em que mais animais se perdem de seus donos.






Os animais se assustam facilmente com o barulhos dos fogos e rojões. O pânico desorienta o animal, que tende a correr desesperado e sem destino. Muitos animais podem sofrer paradas cardiorrespiratórias, convulsões e ter diversos problemas que podem os levar à morte.






Para evitar tudo isso, garanta condições mínimas de segurança e evite ambientes conturbados e barulhentos. Tranqüilize seu bichinho, transmitindo a sensação de que tudo está bem e sob controle.






Lembre-se que, se o seu bichinho conseguir fugir, por desespero, ele irá correr por vários e vários quilômetros. É MUITO IMPORTANTE deixar o animal com uma coleira com um telefone de contato. Se alguém conseguir resgatar seu bichinho, você poderá ser contatado. Utilize uma plaqueta de metal ou de plástico, com uma escrita que não saia se molhar. Etiquetas de papel escritas à caneta além de rasgar com facilidade ficam ilegíveis quando molhadas.






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Os Perigos e Principais Consequências dos Fogos


Fugas, perdidos eles podem ser atropelados ou mesmo provocar acidentes.






Mortes, enforcando-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la para fugir, ou mesmo ao tentarem passar por vãos pequenos. atirando-se de janelas, atravessando portas de vidro, batendo a cabeça contra paredes ou grades.






Ferimentos, quando atingido ou quando abocanham rojão achando que é algum objeto para brincar.






Traumas Emocionais, resultando na mudanças de temperamento para agressividade.






Ataques contra os próprios donos e outras pessoas.






Brigas com outros animais com os quais convivem inclusive.






Mutilações, no desespero de fugir atravessando grades e portões.






Convulsões (ataques epileptiformes).






Morte e alteração do ciclo reprodutor dos animais da fauna silvestre.






Afogamento em piscinas.






Quedas de andares e alturas superiores.






Aprisionamento indesejado em lugares de difícil acesso na tentativa de se protegerem.






Paradas cardiorrespiratórias etc..






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Recomendações


Acomode os animais dentro de casa, em lugar onde possam se sentir em segurança, com iluminação suave e se possível um radio ligado com música.






Fechar portas e janelas para evitar fugas e acidentes fatais.






Para abafar o som, coloque cobertores pesados ou mesmo um colchão tampando a janela. Pode forrar o chão com cobertor e cobrir o bichinho com um edredom.






Forneça alimentos leves, pois distúrbios digestivos provocados pelo pânico podem matar (torção de estômago, por exemplo).






Procure um veterinário para sedar os animais no caso de não poder colocá-los para dentro de casa. Animais acorrentados acabam se enforcando em função do pânico.






Alguns veterinários aconselham o uso de tampões de algodão nos ouvidos que podem ser colocados minutos antes e tirados logo após os fogos.






Observações Cães


Não deixe muitos cães juntos, pois, excitados pelo barulho, brigam até a morte. Tente deixá-los em quartos separados.






Antes da queima de fogos, leve seu animal para perto da tv ou de um aparelho de som e aumente aos poucos o volume de tal forma que ele se distraia e se acostume com um som alto. Assim não ficará tão assustado com o barulho intenso e inesperado dos fogos.






Observações Gatos


Escolha um quarto da casa que tenha uma cama e um armário e prepare para ser o quarto dos gatos no revellion. Feche os gatos neste quarto a partir dos primeiros rojões e deixe-os lá. Deixá-los soltos aumenta o medo, a correria e o desespero, e eles acabam se enfiando em lugares como embaixo da máquina de lavar e da geladeira;






Para quem mora em casa, com gatos que tem acesso à rua, recolha os gatos antes do pôr-do-sol e feche-os da mesma maneira. Na rua é mais perigoso, pois, quando se assustarem, podem se perder. Além disso, podem ser alvo de maus-tratos.






Forme toquinhas para o gato se esconder, pode ser colocando cobertores ou edredon dentro dos armários, embaixo e em cima da cama






Água, comida e caixinha de areia devem ficar distribuídos estrategicamente pelo quarto, sempre encostados na parede, para que não sejam derrubados.






Retire qualquer coisa que possa ser derrubada, quebrada ou derramada.






Observações Aves


Cubra as gaiolas de pássaros e cheque cercados de cabras, galinhas etc.










Florais de Bach (Terapeuta Martha Follain)


Calmantes naturais também apresentam resultado bastante eficiente para os animais que se assustam com os fogos. As essências abaixo, combinadas, funcionam bem tanto para cães quanto para gatos:






rescue + mimulus + aspen + rock rose + cherry plum






Mande fazer em qualquer farmácia de manipulação ou homeopática SEM ÁLCOOL


NEM GLICERINA, e guarde na geladeira (dura todo o vidrinho, apesar de dizerem na farmácia que dura só 2 dias).






Dosagem:


- Para aves pequenas: 2 gotas da fórmula, 4 vezes ao dia, pode ser colocada no bebedouro;


- Para aves médias: 4 gotas da fórmula, 4 vezes ao dia, pode ser colocada no bebedouro;


- Para cães de pequeno e médio porte e gatos: 4 gotas da fórmula, 4 vezes ao dia, diretamente na boquinha;


- Para cães de grande porte e gigantes: 6 gotas, 4 vezes ao dia, diretamente na boquinha de seu amigão;


- Para cavalos ou animais de grande porte: 30 gotas, 4 vezes ao dia, no bebedouro.






Para se ter absoluto sucesso no tratamento, é interessante que se tenha continuidade no mesmo, não esquecendo de ministrar as gotinhas regularmente. Aconselha-se a começar o tratamento, pelo menos, 5 dias antes do natal e estendê-lo até o dia 3 de janeiro, já que algumas pessoas insistem em prolongar a barulheira!






EM PAÍSES DA EUROPA SÓ É PERMITIDO SOLTAR FOGOS EM ÁREAS PREVIAMENTE ESTABELECIDAS PARA NÃO PREJUDICAR A FAUNA.






PREVENIR É O IDEAL, POIS SÃO POUCOS OS VETERINÁRIOS DISPONÍVEIS NO PRIMEIRO DIA DO ANO.






Fontes: Fala Bicho; Renad ; Clarissa Niciporciukas









Veganismo

Veganismo é uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas.

O número de veganos está crescendo. Em 1997, três porcento nos Estados Unidos anunciaram não ter usado nenhum produto de origem animal nos últimos dois anos. Em 2007, dois porcento do Reino Unido se declararam como veganos. [1] O número de restaurantes veganos está crescendo, de acordo com o Oxford Companion to American Food and Drink (2007).[2] Tem sido mostrado que pessoas em dietas que incluem comidas de origem animal tem mais probabilidades de terem Doenças degenerativas, incluindo doenças do coração.[3] A Associação Dietética Americana (The American Dietetic Association) e os Nutricionistas do Canadá (Dietitians of Canada) consideram a dieta vegetariana como apropriada para todos os estágios do ciclo de vida, embora eles ainda alertam que uma dieta vegana mal planejada pode ser deficiente em vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo, e ácidos graxos ômega 3.[4]

Etimologia

O termo inglês vegan (pronuncia-se vígan) foi criado em 1944, numa reunião organizada por Donald Watson (1910 - 2005) envolvendo 6 pessoas (após desfiliarem-se da The Vegetarian Society por diferenças ideológicas), onde ficou decidido criar uma nova sociedade (The Vegan Society) e adotar um novo termo para definir a si próprios.[5]

Trata-se de uma corruptela da palavra "vegetarian", em que se consideram as 3 primeiras letras e as 2 últimas para formar a palavra vegan.[5]

Em português se consideram as três primeiras e as três últimas letras (vegetariano), na formação do termo vegano (s.m. adepto do veganismo - fem. vegana).

Ideologia

Os veganos boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufactura.

Para o vegano, animais não existem para os humanos, assim como o negro não existe para o branco nem a mulher para o homem. Cada animal é dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc). Dessa forma veganos propõem uma analogia entre especismo, racismo, sexismo e outras formas de preconceito e discriminação.

Preferem usar os termos "animais não-humanos" ou "seres sencientes", em vez de "irracionais".

Muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos animais, que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana.

Vestuário, adornos, etc

Artigos em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc), mantendo o cuidado de não exagerar com consumismos que também, mesmo que indiretamente, geram degradação/negação aos animais.

Alimentação

Excluem da sua dieta carnes, gelatina, lacticínios, ovos, mel[6][7][8] e quaisquer alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.

Medicamentos, cosméticos, higiene e limpeza

Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Não tomam vacinas ou soros, mas podem violar os princípios veganos quando alternativas não estiverem disponíveis, ou em caso de emergência ou urgência. Alguns optam pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.

O vegano defende o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.

São divulgadas entre a comunidade vegana extensas listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Entretenimento

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.

Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "esporte" que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político da não-violência.

Dia Mundial Vegano

O dia 1 de Novembro é marcado pelo Dia Mundial Vegano ("World Vegan Day", em inglês), que é comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra comemorou 50 anos de criação.

Em 2004 o evento marcou o 60º aniversário da sociedade, e o 10º aniversário do feriado.

Documentários

O número de adeptos tem crescido de forma gradual, com o auxílio de documentários que denunciam o especismo e ensinam direitos animais.

Documentários como Meet your Meat ("Conheça sua Carne"), Earthlings ("Terráqueos"), Chew on This ("Pense Nisso") e o pioneiro brasileiro A Carne é Fraca, seguido de Não Matarás, têm causado polêmica e, de uma forma geral, ganhado adeptos em todo o mundo.

Referências

1. ↑ Duda, M.D. and Young, K.C. "Americans' attitudes toward animal rights, animal welfare, and the use of animals," Responsible Management, 1997, cited in McDonald, Barbara. "Once You Know Something, You Can't Not Know It: An Empirical Look at Becoming Vegan", Animals and Society, 8:1, 2000, p. 3.

o Veja também "Vegan Diets Become More Popular, More Mainstream", Associated Press/CBS News, 5 de Janeiro de 2011.

o "Vegetarianism in America", Vegetarian Times, 2008, acessado em 1 de Fevereiro de 2011.

o Sobre o Reino Unido, veja "Would you describe yourself as a vegetarian or vegan?", Survey of Public Attitudes and Behaviours toward the Environment, Department for Environment, Food and Rural Affairs, table 210, question F7, p. 481, accessed February 1, 2011: 81 respondents out of 3,618 said they were vegans.

2. ↑ Berry, Rynn. "Veganism," The Oxford Companion to American Food and Drink. Oxford University Press, 2007, pp. 604–605.

o For the Vegan Society extending its definition in 1951, see Cross, Leslie. "Veganism Defined", The Vegetarian World Forum, volume 5, issue 1, Spring 1951.

3. ↑ Freston, Kathy. Veganist: Lose Weight, Get Healthy, Change the World. Weinstein Publishing, 2011. Ornish conta sobre perca de peso, veja p. 21ff; for Campbell on cancer, heart disease and diabetes, see p. 41ff; for Esselstyn on heart disease, see p. 57ff; for Barnard on diabetes, see p. 73ff; for Greger on factory farming and superbugs, see p. 109ff.

o Segelken, Roger. "China Study II: Switch to Western diet may bring Western-type diseases", Cornell Chronicle, June 28, 2001, accessed September 15, 2006.

o "China-Cornell-Oxford Project On Nutrition, Environment and Health at Cornell University", Division of Nutritional Sciences, Cornell University, accessed February 2, 2011.

o Campbell TC, et al.. (Oct 2002). "Medically supervised water-only fasting in the treatment of borderline hypertension". J Altern Complement Med. 8 (5): 643–50. DOI:10.1089/107555302320825165. PMID 12470446.

o McDougall, J. et al. "Effects of a Very Low-Fat, Vegan Diet in Subjects with Rheumatoid Arthritis", J Altern Complement Med, volume 8, issue 1, February 2002. doi:10.1089/107555302753507195 PMID 11890437

o Esselstyn CB Jr.. (Aug 1999). "Updating a 12-year experience with arrest and reversal therapy for coronary heart disease (an overdue requiem for palliative cardiology)". Am J Cardiol. 84 (3): 339–41. DOI:10.1016/S0002-9149(99)00290-8. PMID 10496449.

o For a paper about the health effects of certain lifestyle changes, including a vegetarian diet, see Ornish D, Brown SE, Scherwitz LW, et al. "Can lifestyle changes reverse coronary heart disease? The Lifestyle Heart Trial", The Lancet, July 1990, 336:8708, pp. 129–133. doi:10.1016/0140-6736(90)91656-U

o Trapp, C.B. and Barnard, N.D. "Usefulness of vegetarian and vegan diets for treating type 2 diabetes", Curr Diab Rep, volume 10, issue 2, April 2010.

4. ↑ Para um resumo, veja "Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: vegetarian diets", Canadian Journal of Dietetic Practice and Research. Summer 2003, 64(2):62-81; também disponível em [1], Página visitada em 31 de Janeiro de 2011.

o Para um segundo resumo, veja Key TJ, Appleby PN, Rosell MS. "Health effects of vegetarian and vegan diets", Proceedings of the Nutrition Society, 2006, 65:35-41.

o Para fontes extras, veja:

o Para vitamina B12, Norris, Jack. "Vitamin B12: Are you getting it?", Vegan Outreach, July 26, 2006, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "B12 is generally found in all animal foods (except honey). Contrary to rumors, there are no reliable, unfortified plant sources of vitamin B12, including tempeh, seaweeds, and organic produce. The overwhelming consensus in the mainstream nutrition community, as well as among vegan health professionals, is that plant foods do not provide vitamin B12, and fortified foods or supplements are necessary for the optimal health of vegans, and even vegetarians in many cases. Luckily, vitamin B12 is made by bacterial fermentation such that it does not need to be obtained from animal products."

o Para Ferro, "Iron deficiency—adults", Better Health Channel, Government of Victoria, Australia, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "High-risk groups such as vegetarians, adolescent girls and women athletes need to eat iron-rich foods each day (combined with foods that are high in vitamin C). ... Vegetarians who exclude all animal products from their diet may need almost twice as much dietary iron each day as non-vegetarians. Sources include dark green leafy vegetables—such as spinach—and raisins, nuts, seeds, beans, peas, and iron-fortified cereals, breads and pastas."

o Para vitamina D, veja "Bones, Vitamin D, and Calcium", Vegan Outreach, January 9, 2007, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "If you get exposed to the following amounts of midday sun (10 am to 2 pm), without sunscreen, on a day when sunburn is possible (i.e., not winter or cloudy), then you do not need any dietary vitamin D that day." Em outros dias, tome um suplemento, veja a página para recomendações.

o Para cálcio, veja "Bones, Vitamin D, and Calcium", Vegan Outreach, January 9, 2007, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Based on research showing that vegans who consumed less than 525 mg per day of calcium had higher bone fracture rates than people who consumed more than 525 mg per day (14), vegans should make sure they get a minimum of 525 mg of calcium per day. It would be best to get 700 mg per day for adults, and at least 1,000 mg for people age 13 to 18 when bones are developing. This can most easily be satisfied for most vegans by eating high-calcium greens on a daily basis and drinking a nondairy milk that is fortified with calcium."

o Para vitamina D e cálcio, veja também Appleby, P. et al. "Comparative fracture risk in vegetarians and nonvegetarians in EPIC-Oxford", European Journal of Clinical Nutrition, volume 61, issue 12, February 2007. doi:10.1038/sj.ejcn.1602659

o Para iodo, veja "Iodine", Vegan Outreach, December 26, 2006, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Iodine is needed for healthy thyroid function which regulates metabolism. Both too much and too little iodine can result in abnormal thyroid metabolism. ... Studies have shown that vegans in Europe (where salt is either not iodized or not iodized at high enough levels) who do not supplement (as well as those who oversupplement) have indications of abnormal thyroid function."

o Para ácidos graxos ômega 3, veja "Omega-3 Fatty Acid Recommendations for Vegetarians", Vegan Outreach, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Without diet planning, vegans and vegetarians have low omega-3 intakes and blood levels; and, in some cases, elderly vegans have close to none." Por isso veganos devem tomar suplementos, use óleos com baixo omega-6 como os de olive, abacate, amendoim, ou canola; e consuma 0.5 g de Ácido alfa-linolênico (ALA) diariamente (e.g., 1/4 de colher de chá de óleo de linhaça). Veja a página para mais detalhes.

5. ↑ a b The Vegan Society. History of the Society (em inglês). Página visitada em 6 de Março de 2009.

6. ↑ Noah Lewis. Why Honey is Not Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.

7. ↑ Vegan Action. FAQ: Is Honey Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.

8. ↑ AmericanVegan.org. What is Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.



Dra. Irvênia Prada

Exclusivo: Entrevista de Natal – Dra. Irvênia Prada EXCLUSIVO
A Dra. Irvênia Prada concedeu uma entrevista para o site Alma Animal sobre a espiritualidade dos nossos queridos irmãos. O site Alma Animal gostaria de agradecer imensamente à Irvênia Prada pela atenção, disponibilidade e pelo aprendizado adquirido com a leitura e reflexão dessa entrevista.



Irvênia Prada é professora catedrática e médica veterinária pela Universidade de São Paulo (USP), conhecida mundialmente por suas pesquisas na área de Neuroanatomia Animal, além de respeitada autoridade no que se refere ao estudo da espiritualidade dos animais não-humanos.



Alma Animal: Qual sua visão sobre a eutanásia?



Irvênia Prada: Se em relação ao ser humano temos a referência do que consta no livro “Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, jamais encontrei nas obras básicas da codificação espírita, algo paralelo, que nos orientasse quanto às conseqüências da eutanásia nos animais. Assim, em termos práticos e considerando as condições evolutivas de nosso planeta, sempre respondo a esta pergunta, lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada “Quanto Puderes”, também psicografada por Chico Xavier, em que recomenda: “Quanto puderes, não te afaste do lar…Quanto te seja possível, suporta… Quanto estiver ao teu alcance, tolera…”, etc. Então, digo: “Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto estiver ao seu alcance, faça opção pela vida!” Reconheço que existem casos dramáticos, de animais politraumatizados, de câncer em estágio terminal e outros tantos, em que cada um de nós poderá avaliar o “quanto” as condições nos permitem esta ou aquela opção. Em qualquer das situações, entretanto, vamos recorrer à prece solicitando que os amigos espirituais nos ajudem a todos, seres humanos e animais. Jesus sabe de nossas limitações, mas abençoa qualquer esforço que fazemos em favor da vida!



Alma Animal: Considerando a evolução espiritual, como conciliar a convivência entre seres humanos e animais não-humanos visando a alimentação humana (com exceção daqueles criados para a “indústria da morte”)?



Irvênia Prada: O dilema “comer ou não comer carne” demanda uma reflexão ética e doutrinária. O ser humano, em sua trajetória milenar neste planeta, acostumou-se à alimentação carnívora, dadas as condições de busca de sobrevivência em que se encontrava nos primórdios de sua história, sendo este um hábito dos mais arraigados até hoje, em seu comportamento. Enquanto ele mesmo caçava e levava o alimento para a sua família, podemos dizer que existia uma certa harmonia em sua relação com a natureza. Entretanto, a partir da industrialização tanto da criação dos animais, quanto de seu abate, muito sofrimento por parte dos animais, passou a fazer parte desse sistema de alimentação. Atualmente, como refere o mentor Alexandre em Missionários da Luz, de André Luiz, já temos condições de recorrer a outras fontes para nossa alimentação, que não nas “indústrias da morte”. Infelizmente, os animais ainda são vistos como coisas que existem apenas para servir ao ser humano. Entretanto, a Doutrina Espírita nos esclarece, em vários tópicos de suas obras básicas, que os animais são animados por princípios inteligentes em constante processo evolutivo. Portanto, a cada um de nós caberá a escolha recomendada por Alexandre, no sentido de respeitar nos animais sua capacidade de sofrimento e seu direito à própria vida.



Alma Animal: A corrente abolicionista preconiza que os animais não-humanos não devam ser criados para qualquer finalidade de cooperação com o ser humano. Qual é a sua opinião a respeito?



Irvênia Prada: Eu tenho uma séria restrição com essa coisa que inventaram recentemente, de dividir o movimento de proteção e defesa dos animais em bem-estaristas e abolicionistas, pois já somos poucos os participantes dessa causa, e divididos, nos enfraquecemos. Eu considero a visão abolicionista como o ideal a ser atingido, a meta a ser alcançada, e sou concordante com essa postura em relação a situações inadequadas que ainda persistem e que já deviam ter sido eliminadas, como por exemplo a vivissecção de animais para fins de ensino. Entretanto, a conquista desse ideal, dessa meta, corresponde a um processo, e com os resíduos culturais de antropocentrismo que permeiam todos os campos da atividade humana, em relação aos animais, torna-se imperativo que em muitas situações, como é o caso do consumo de carne, trabalhemos para avançar passo a passo no estabelecimento das condições que desejamos para os animais. Na interação comportamental entre seres humanos e animais, aceito que estes possam participar por exemplo como guias para deficientes visuais ou em programas de zooterapia, desde que respeitadas as características de seu repertório comportamental, suas condições de bem-estar e também desde que se estabeleça uma relação afetiva verdadeira entre as pessoas e os animais.



Alma Animal: Qual sua visão sobre alma-grupo?



Irvênia Prada: Eu jamais encontrei nas obras básicas da codificação espírita, qualquer referência ao conceito de alma-grupo. Parece que este termo foi introduzido no meio espírita, por pessoas egressas da Teosofia. Portanto, não aceito a utilização desse conceito em se tratando de Espiritismo. Para André Luiz, em Evolução em dois Mundos, cada célula já representa um princípio inteligente na vivência de sua trajetória evolutiva. Hoje, o que podemos levar em conta é a hipótese formulada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake, de que os seres vivos possuem uma matriz energética de seu corpo físico, que ele refere como “campo mórfico”, sendo que os campos mórficos dos indivíduos de um mesmo grupo emitem ressonância de uns para os outros, por meio da qual é possível a troca de informações entre esses indivíduos. Nessa concepção de Sheldrake, que considero bastante razoável e concordante com a visão espírita, cada indivíduo tem sua própria individualidade, mas mantem canais de comunicação através da ressonância de seus corpos mórficos.



Alma Animal: Da literatura espírita, constam inúmeras evidências que levam a pensar que o vegetarianismo é fundamental no processo da evolução espiritual. Entretanto, tem-se a impressão que grande parte dos espíritas é onívora. Comomudar esta realidade?



Irvênia Prada: Mudar é muito difícil, pois até as mudanças para melhor nos incomodam, como seria o caso de se abandonar o consumo de carne. É verdade que a maior parte dos espíritas ainda mantem esse hábito, alimentando-se da carne dos animais. Para muitas coisas, vivemos em um “vácuo ético”, como já disse alguém, ou seja, não refletimos profundamente a respeito das características do contexto de determinada situação. Conforme já referi, nossa cultura é fortemente impregnada por um modelo antropocêntrico, que objetiva unicamente o bem-estar do ser humano e tem os animais como “coisas” utilizáveis e descartáveis. Também como já disse alguém, se os matadouros tivessem paredes de vidro, ninguém mais comeria carne, pois o que se passa lá dentro é realmente chocante. Então, penso que as mudanças irão ocorrer quando cada pessoa, individualmente, desejar conhecer a verdadeira natureza dos animais, que são seres com capacidade de sofrimento e têm direito natural à própria vida. Compaixão e misericórdia terão de aflorar no coração de todos nós, que apenas pertencemos a este mundo, não somos donos dele! Também penso que adotar o vegetarianismo só para se progredir espiritualmente, não resolve. O despertar espiritual para o entendimento da questão (matar os animais e comer suas carnes) é que deverá motivar as pessoas para poupar a vida e o sofrimento dos animais. Sobre este assunto, recomendo fortemente a leitura de “Missionários da Luz”, de André Luiz, cap. 4, que contem as sábias orientações do mentor Alexandre a respeito.



Gatos: preconceito ou resquícios do passado?

Gatos: preconceito ou resquícios do passado?O preconceito com os gatos ocorre desde a antiguidade até os dias de hoje. Existem diversos mitos sobre os gatos, que são traiçoeiros, não gostam do dono, dão azar, entre outros. Porém, não devemos esquecer que o gato é totalmente diferente do cachorro, é um animal bastante independente, talvez seja por isso que o gato manifesta tantas aversões para uns e amores para outros.



No Egito, os gatos eram considerados sagrados, pois estavam associados a deusa Bastet, que era representada por um corpo de mulher e cabeça de gato; maltratar ou matar um gato era proibido (UOL Educação). Quem matasse ou maltratasse um gato recebia pena de morte. Quando um gato da família morria, o mesmo era embalsamado. Os antigos egípcios foram os primeiros a utilizar o gato para combater os ratos que atacavam os grãos armazenados.



Entretanto, o gato com seus olhos expressivos e seu comportamento independente sempre foi foco de superstições e mitos, principalmente os gatos pretos que “foram perseguidos por supostas ligações com o demônio, originando a crença, na Inglaterra, de que um gato preto atravessando o caminho é sinal de boa sorte. Boa sorte porque ele se foi e deixou de fazer-nos mal. Entretanto, na América, a crença inverteu-se, passando o gato preto a representar perigo” (Porto, citado por Rocca, 2007).



Os gatos também sempre estiveram envolvidos em histórias de bruxarias e perseguições.



“A ligação dos gatos com os cultos pagãos, desencadeou uma campanha da Igreja Católica contra eles. Nos mitos escandinavos, que originaram muitas das crenças pagãs, a carruagem de Freyja , deusa do amor e da cura, era puxada por gatos. A deusa guardava em seu jardim as maçãs com as quais se alimentavam os deuses no Valhalla, e sua iconografia é representada por gatos puxando sua carruagem, acabando por haver a associação entre o animal e a própria divindade. O culto a Freyja foi considerado heresia e os membros desta seita severamente punidos com tortura e morte. Como os gatos faziam parte do culto, foram acusados de serem demoníacos, principalmente os pretos” (Follain).



Mitos sobre gatos existem vários, independentemente de serem pretos ou não. É muito comum ouvirmos falar que gatos são traiçoeiros, só gostam da casa, e não do dono, que cães não se dão bem gatos, que gato tem asma, entre outros.



Sendo assim, acredito que vale a pena discutir alguns pontos como a questão de serem traiçoeiros, como muitos consideram. Em primeiro lugar, não podemos esquecer que o gato é diferente do cachorro, gatos são mais independentes, possuem hábitos noturnos e vários outros comportamentos. Brincando com um gato podemos observar que ele fica com a barriga para cima para brincar, sendo assim como podemos considerar que são traiçoeiros? Nessa posição eles estão totalmente rendidos às brincadeiras e não em posição de ataque. Outro ponto é que gatos são territorialistas, e isso não significa que não gostem de seus tutores, o que acontece é que comportamentalmente, precisam marcar território num espaço, e se o mesmo mudar de casa, a mesma situação irá acontecer pois eles querem encontrar um canto para eles.



Gatos também sentem saudades de seus donos e podem até ficar depressivos na falta deles. São animais que expressam o seu sentimento de um modo diferente, mas isso é apenas uma questão comportamental. Do mesmo modo que não somos todos iguais, cada um tem seu comportamento, por que o gato não pode ter esse privilégio também?



Como podemos perceber, existem várias histórias sobre os gatos. O que vale ressaltar é que são animais não-humanos assim como os outros, independentemente das histórias, não devemos esquecer que são nossos irmãos menores e que estão aqui num processo de evolução igual a nós, possuem uma alma, sentem dor, sentem fome e medo.



Com tantas perseguições que os gatos sofreram e ainda sofrem, acabo achando normal certos gatos serem ariscos, talvez estejam tentando, mesmo sem saber, fugir do preconceito.



Abraços,



Aline



Referências Bibliográficas

[Uol Educação]. Verdades e mentiras sobre a civilização multimilenar. Disponível em o http://educacao.uol.com.br/historia/egito-antigo-verdades-e-mentiras-sobre-a-civilizacao-multimilenar.jhtm. Acesso em 01/11/2011.

FOLLAIN, M. [GREEPET]. Os gatos na idade média. Disponível em http://www.greepet.vet.br/idademedia.php. Acesso em 03/11/2011.

ROCCA, y. Deixe um gato supreender você. Instinto Editorial, 1 º edição, 2007.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal 2011

Algumas décadas passadas, no dia 24 de dezembro, a partir das sete horas da noite, a casa dos meus pais estava em alvoroço.

Os preparativos, travessas, panelas, tigelas, parecia que a casa tinha se transformado em um restaurante. A geladeira estava abarrotada. Não cabia mais nada.

A minha atenção estava dirigida aos pacotes que ficavam em cima de um armário entalhado, à altura dos olhos. Dali a pouco eu deveria tomar um banho, colocar roupas chamadas de passeio e ir à missa de Natal.

O entra e sai de parentes, uns da própria cidade, outros de terras distantes. Parentes hospedados em casa recebiam a visita de outros parentes.

Os pacotes caprichosamente arrumados já estavam com o nome dos seus ganhadores. De forma discreta procurava meu nome, tentava imaginar o seu conteúdo.

Talvez porque naquele tempo a televisão fosse apenas um acessório a mais em casa, não se falava muito em Papai Noel.

Era a noite do nascimento de Jesus Menino em uma manjedoura.

Com isso desde criança eu já sabia que Papai Noel era uma lenda, jamais imaginei encontrar cara a cara com o “Bom Velhinho”. Eu sabia que a origem dos presentes que eu ganharia era do bolso de alguém.

Nunca, jamais, dê para uma criança, roupas. Criança só considera presente se for brinquedo!

Em minha contabilidade imaginária, ganhar roupa era como perder um porta-aviões em um jogo de Batalha Naval: frustrante. Teria que esperar mais um ano para quem sabe ganhar daquela determinada pessoa um brinquedo!

Hoje, já quase na terceira idade, vou arriscar acreditar em Papai Noel, e pedir a ele que você ganhe na Mega Sena da Virada, que aquela viagem dos seus sonhos se realize, se casado for, que a sua esposa o ache idêntico ao Tom Cruise, se for casada, que seu marido comece a perguntar se aquela famosa e linda estrela da televisão não é sua prima em segundo grau, são tão parecidas!



A Deus, no dia em que se comemora o nascimento do seu filho Jesus Cristo, com a convicção de Sua existência e poder, peço que lhe dê muita saúde, paz e que a sua Mão Divina o proteja e a seus entes queridos.

Feliz Natal!

São os votos de João Umberto Nassif

domingo, 12 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

MEC gasta R$ 13 mi em materiais com erros

MEC gasta R$ 13 mi em materiais com erros
4 de junho de 2011
AE – Agência Estado
O Ministério da Educação pagou R$ 13,6 milhões para ensinar que 10 – 7 = 4 a alunos de escolas públicas da zona rural do País. No segundo semestre do ano passado foram distribuídas com erros graves 200 mil unidades da coleção Escola Ativa, destinada às classes que reúnem alunos de várias séries diferentes.
Ao todo, foram impressos 7 milhões de livros – cada coleção Escola Ativa contém 35 volumes. Os erros foram detectados no início do ano, e um grupo de especialistas contratados pelo ministério julgou que eles eram tão graves, tão grosseiros e tão numerosos que não bastava divulgar uma errata à coleção.
Os livros com erros foram distribuídos a 39.732 classes multisseriadas da zona rural, presentes em 3.109 municípios de todos os Estados do País. Segundo publicação do MEC, essas classes atendem 1,3 milhão de alunos.
Provocado pelo Grupo Estado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, pediu à Controladoria-Geral da República (CGU) a abertura de sindicância para apurar o tamanho do prejuízo e os responsáveis por ele. Ao mesmo tempo, mandou uma carta aos coordenadores de escolas da zona rural recomendando que os livros da coleção Escola Ativa não sejam usados em sala de aula. A coleção foi retirada do ar na internet.
“O número de erros é razoável, isso não se resolve com errata”, disse Haddad ontem. A reportagem buscava informações do MEC sobre o destino da coleção desde segunda-feira. O MEC informou não ter toda a coleção disponível para a consulta em Brasília. Mas, entre os exemplos que condenaram a edição, os erros de matemática são os mais notáveis. Na página 29 do guia 4 de matemática, a Escola Ativa convida os alunos a fazer descobertas com números, na companhia dos personagens Joana e Pedro. A página apresenta uma tabela que mostra 10 – 7 = 4.
A Controladoria-Geral da República deve abrir sindicância nesta segunda-feira para investigar o caso. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC à época da contratação era André Lázaro, atual secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Na segunda-feira ele disse que a coleção ficara indisponível “para pequenas correções”. Ontem, Lázaro pediu demissão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


MEC reconhece erros em livro didático

MEC reconhece erros em livro didático
4 de junho de 2011 JT
O Ministério da Educação (MEC) e a Controladoria-Geral da União (CGU) vão abrir uma investigação formal para identificar os responsáveis pela envio do material didático destinado à educação no campo que ensina que dez menos sete é igual a quatro. Os livros foram impressos e distribuídos a alunos de escolas multisseriadas, ou seja, de séries diferentes, de escolas públicas da zona rural do país. A portaria será publicada na segunda-feira (6), no Diário Oficial da União.
Em comunicado oficial, o MEC reconhece que “erros de diagramação, editoração e revisão” foram constatados em fevereiro, por especialistas contratados pelo órgão. Com isso, “os professores de educação no campo foram orientados, então, a utilizar somente livros didáticos em suas aulas”.
No entanto, a suspensão do uso do material didático só ocorreu quinta-feira (2), pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após denúncia do jornal O Estado de S.Paulo, que publicou nessa sexta-feira (3) que foram gastos R$ 13,4milhões na impressão do material didático com conteúdo errado. Os livros foram distribuídos para cerca de 40 mil classes, que atendem 1,3 milhão de alunos.
No segundo semestre do ano passado foram encontrados erros graves em 200 mil exemplares da coleção Escola Ativa. No total, foram impressos 7 milhões de livros da coleção. A nota oficial minimiza o erro ao afirmar que “o programa Escola Ativa atinge a menos de 1% dos estudantes de escolas públicas de educação básica em todo o país”.
Para analisar o material, o MEC contratou uma comissão de professores universitários que “chegaram à conclusão de que uma nova versão do material de apoio do programa Escola Ativa só poderá ser reutilizada depois de uma discussão com os coordenadores do programa, no próprio MEC”.
Não existe previsão de quando a investigação deve ser concluída, o prazo normal varia entre 30 dias, além de prorrogação pelo mesmo período.



domingo, 22 de maio de 2011

A princesa que tomava ônibus

Pompa, recordações, lençóis sem ruga e mesóclises na despedida da matriarca da coroa brasileira

21 de maio de 2011
CHRISTIAN CARVALHO CRUZ/ O Estado de São Paulo
Arquivo pessoal de Dionatan da Silveira Cunha
As bodas com D. Pedro Henrique, no castelo da família dela, na Alemanha

Na quinta-feira, ao sair bem cedo de sua residência no Pacaembu, em São Paulo, D. Bertrand Januário Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança, caso se dispusesse a dar uma respirada mais audaz, breve que fosse, sentiria aquele cheiro azedo de amônia a lhe conspurcar as narinas. Mas ele tinha mais o que fazer. Dois pares de horas depois, como chefe interino da Casa Imperial do Brasil, foi recebido com pompa na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro do Rio de Janeiro. Adentrou a nave escoltado por 12 cadetes do Batalhão do Imperador, imaculados e imóveis em suas casacas azuis, luvas brancas, chapéus de penacho e “sentido”, “apresentar armas” e “descansar” de praxe. Era a missa de sétimo dia da mãe de D. Bertrand: Sua Alteza Imperial e Real, D. Maria Elizabeth Francisca Teresa Josefa de Wittelsbach e Croÿ-Solre de Orleans e Bragança – D. Maria da Baviera, na corte; Princesa-Mãe, no popular.

D. Maria expirou às 13h da sexta-feira 13, aos 96 anos, “confortada com os sacramentos da Santa Igreja”, conforme o anúncio fúnebre que a família fez publicar na seção de falecimentos do Estado. Nascida em um castelo em Munique e neta do último monarca alemão a governar, o rei Luís III, ela ingressou na história do Brasil pelo altar. Em 1937, no mesmo castelo, foi desposada pelo príncipe Pedro Henrique, francês de nascimento, neto da Princesa Isabel. Ela estava com 22 anos. Ele, com 28. Antes, noivaram um ano e pouco para se conhecer melhor. Sem direito a pegar na mão, mas com passeio de veleiro pelos lagos bávaros, como prova o álbum de fotos da família.

Fazia cinco anos e meio que D. Maria, vítima de problemas cardíacos, não deixava seu apartamento de quatro quartos na Lagoa. Na noite anterior, ela recebera a extrema-unção do padre Jorjão (requisitado casador e batizador de celebridades cariocas) e, quando chegou a hora, estava cercada por 11 de seus 12 filhos, que rezavam o terço. O primogênito D. Luiz Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança, de 73 anos e adoentado em São Paulo, não pôde comparecer às exéquias, daí ter sido sempre representado pelo irmão D. Bertrand, o segundo na linha sucessória ao trono brasileiro, se um trono existisse.

A escolha da Antiga Sé para a cerimônia tem significado. Ali D. Pedro I foi coroado imperador e contraiu matrimônio. Duas vezes. D. Pedro II foi batizado, casado e coroado. E a Princesa Isabel se uniu ao Conde d’Eu. No cais lá adiante, onde agora aportam as barcas trazendo o poviléu (também chamado trabalhadores) de Niterói todas as manhãs, D. João VI desembarcou fugindo de Napoleão, em 1808. Pois foi nesse pedaço de pátria que D. Bertrand saltou do carro e se dirigiu apressado à porta da frente da catedral. Se tivesse desviado o olhar para sua direita teria visto um grupelho de súditos que, coçando a barriga uns, chupando laranja outros, liam as manchetes penduradas na banca de jornal. “Louraça belzebu sofreu violência sexual aos 7 anos”, informava o Meia Hora. “Amante de Loura Fatal pode não ter sido estrangulado”, contava o Extra!. “Ronaldinho leva R$ 80 mil para brincar de foca”, espantava-se o Expresso da Informação. E, depois, quando Suas Altezas lamentam a “perda de valores da sociedade brasileira”, vêm uns esconjurados fazer troça...

“Quem são os exemplos de nobreza desses nossos dias? Rainha Xuxa? Adriano Imperador?”, invoca o advogado Antonio Gameiro, diretor do Círculo Monárquico do Rio, conglomerado de simpatizantes da causa monarquista e, na presente ocasião, encarregado do cerimonial da missa. Ele está certo de que a salvação desse Brasilzão de pobres-diabos está na restauração da coroa. Garante que quando esse dia chegar não se torrará um tostão nem a paciência do erário. A capital do império permanecerá em Brasília e, a despeito da feiura dos prédios do Niemeyer, que se há de fazer?, o imperador ocupará um dos palácios lá existentes – o Alvorada, de preferência, podendo o primeiro-ministro se aboletar no Planalto.

Na sacristia, um ordeiro vaivém leva flores para lá e traz castiçais para cá. Alguém quer saber se deve usar a âmbula grande para as hóstias. “Não precisa. Pode ser a pequena, mas enche até a boca”, instrui o professor de coroinhas Leandro Pereira, da Juventude Monarquista. É fácil distinguir os monarquistas derredor. Eles vestem ternos escuros e carregam o brasão da Família Imperial na lapela. Falam mui educadamente e não exageram nos gestos – o que significa não fazer gesto nenhum, a maior parte do tempo. Tratam os príncipes e as princesas (juntando aí os 12 filhos, 25 netos e 3 bisnetos de D. Maria) por Sua Alteza, lhes dão sempre Dom e Dona, não importando a idade, e os cumprimentam com uma reverência, das pequenas: leve baixar de cabeça. Mas, acima de tudo, eles defendem a Família Imperial até no que ela não tem culpa. “Dom Luiz, o herdeiro do trono, contraiu pólio quando criança e se encontra debilitado, por isso não veio. Entretanto, você deve considerar que naquela época não havia vacina para a doença”, ressalva Pedro Andrade Corrêa de Brito, presidente da Juventude Monarquista.

O rapaz deixa o pescoço cair respeitosamente e dá um passo atrás quando D. Bertrand se aproxima trazendo o irmão, D. Antônio, terceiro na linha, para falar da mãe. Ele conversa baixinho e, traço comum nos Orleans e Bragança, tem um capricho natural na formulação das frases. “Mamãe teve trabalho comigo, fui uma criança teimosa”, ele começa, leve sotaque carioca. “Punha-me de castigo, proibindo-me os passeios a cavalo quando eu não entregava o dever de casa. Ela fazia questão de que arrumássemos nossas camas e passava para inspecionar. Estimulava uma pequena competição para ver quem deixava menos rugas no lençol”, continua. “Gostava demais da fazenda em Vassouras (interior do Rio), mas quando se mudou para a capital depois da morte de papai, em 1981, tomava ônibus para ir fazer o serviço social de que gostava tanto, que era dar aulas de pintura em porcelana em uma entidade assistencial. E, primordialmente, jamais deixou de nos dizer que um monarca não se pertence, pertence à nação. Que estivéssemos prontos.”

Igreja cheia, sem viv’alma em mangas de camisa, a missa vai terminando. A família se reunirá mais uma vez no apartamento da falecida para um almoço. Degustarão estrogonofe de filé mignon e pudim de leite condensado como sobremesa. Um pequeno convescote de 50 talheres. Antes, porém, os netos sobem ao altar para prestar a última homenagem à “vó Maria”. Lembram de como gostavam de caçar os ovos cozidos que, na Páscoa, D. Maria pintava à mão e escondia na propriedade. À saída, os 11 filhos se perfilam, D. Bertrand à frente, para receber os pesares “analógicos”, já que no anúncio fúnebre publicaram o e-mail condolências@casaimperialdobrasil.org a fim de recebê-los digitalmente também. Lá se vai mais de uma hora para atender a todos, entre eles as três enfermeiras que nestes últimos cinco anos e meio se revezaram para assistir D. Maria no apartamento da Lagoa, 24 horas por dia. “Antes de piorar, o que aconteceu de seis meses pra cá, ela lia muito, sempre em alemão, tricotava e, todas as tardes, às 6h, via DVDs de ópera e de balé”, conta Márcia de Jesus de Souza. “Nunca se queixou de nada, nem de dor.”

Na noite de quarta, D. Bertrand já tinha destacado a resignação como traço importante da personalidade de D. Maria. E mais de uma vez ele repetiu o “nunca se queixou de nada” ao discorrer sobre as dificuldades que a vida pôs no caminho dela: títulos e patrimônio confiscados pelos nazistas, parentes mortos em campos de concentração. “Ela falava para não nos preocuparmos, pois a Divina Providência não abandona as famílias numerosas. E assim foi. Jamais nos faltou o essencial, tampouco nos sobrou para luxar”, rememorava D. Bertrand na casa do Pacaembu, enquanto uma procissão de súditos de outro monarca, D. Edson Arantes do Nascimento Primeiro e Único, enchia a rua a caminho do estádio para ver Santos x Once Caldas pela Libertadores. Fácil ouvir a turba pela janela.

D. Bertrand mora ali com D. Luiz, de aluguel. Casa não muito grande e seca de afetação. Eles não casaram nem tiveram filhos, e dizem viver graças a economias e doações vindas dos monarquistas país afora. Três desses trabalham voluntariamente na casa, em cujos cômodos de entrada funciona o escritório da Casa Imperial do Brasil. Seu diretor coordenador-geral, Gustavo Cintra do Prado, não escondeu o desapontamento quando me viu chegar sem gravata. Um zeloso da mesóclise, ele tinha recomendado o uso do acessório. “Obrigatório não é, mas far-se-á boa figura perante Sua Alteza”, me dissera ao telefone. Não deu. Mas nem por isso D. Bertrand me tratou como um insurrecto do jeans com tênis. Pelo contrário. Ele se desculpou por não servir um cafezinho (“não estou acostumado a esse tipo de coisa”) e por ser demasiadamente ordeiro: “Você mal se levantou e eu já estou arrumando as almofadas do sofá, veja que coisa”.

Com paciência, ele me contou da lembrança mais remota que guarda de D. Maria. Aconteceu em Mandelieu, sul da França, onde ele e três irmãos nasceram. Devia ter 3 ou 4 anos, fim da 2ª Guerra. Passeio de velocípede, um soldado americano bêbado mete o coturno nas rodinhas do veículo. E lá se vai Sua Alteza Imperial voando e se esborrachando no chão... (com todo o respeito), depois acolhido e consolado pela mãe. Eu pergunto se ele, francamente, acredita na restauração da monarquia no Brasil. “Não tenho dúvidas disso, nunca as tive”, ele diz, desafiando minha impertinência com seus olhos grandes e resolutos. “A história é pendular. A era das utopias se foi, o próximo passo é retornarmos aos tempos dos bons valores do imperador, que é uma figura suprapartidária e educada para servir à nação, não se servir da nação. Além do mais, a questão monárquica conta com a simpatia do povo. Você tem filha? Pois bem. Estará mentindo se disser que nunca a chamou de minha princesinha.” E, mais uma vez, insistiu no mantra da causa monárquica: “Precisamos resgatar os bons valores”.

Lá fora, a vozeria santista aumentava e a cada dois minutos um torcedor chegava para regar a trepadeira que galga o muro de Suas Altezas, espargindo o odor de amônia que D. Bertrand não sentirá na manhã seguinte. A frente da casa se tornara uma fortaleza inexpugnável para o populacho urinar antes do jogo, protegido que ficava por uma caçamba coletora dos entulhos imperiais. Uns, mui respeitosos, ainda ralhavam com os amigos sem decoro: “Peraí, pô! Deixa as moça passar primeiro”. Outros, com invejável perícia, seguravam a lata de cerveja na outra mão e ainda cantarolavam: “Dá-lhe-ô! Dá-lhe Santos meu amor!” Tudo na mais perfeita ordem e absoluta ausência de confusão. Até fila faziam, numa brasileiríssima tropicalização de valores. Afinal de contas, remedando o nobre Muricy Ramalho, Visconde de Ibiúna e Arquiduque de Vila Belmiro, dir-se-ia o seguinte:

“Isso aqui é Brasil, meu filho!”

quinta-feira, 5 de maio de 2011

casa-da-mãe-joana

Joana I era a rainha de Nápoles e considerada a protetora cultural de poetas e intelectuais por causa de sua beleza e inteligência. Ela viveu na Idade Média (entre 1326 e 1382). Joana se casou com seu primo Andrew, irmão de Luís I, rei da Hungria. Algum tempo depois, Andrew foi assassinado em uma conspiração, na qual ela foi acusada de ter participado. Daí, o irmão da vítima, enfurecido, resolveu invadir Nápoles em 1348 perseguindo Joana, que se viu obrigada a fugir para a cidade de Avignon, na França.
Lá se instalou num palácio que já havia sido a moradia de sete papas e com sua habilidade passou a mandar na localidade. Tanto que, resolveu regulamentar os bordéis existentes. Uma das normas dizia: "O lugar terá uma porta por onde todos possam entrar." A partir disso, cada bordel ficou conhecido como "Paço da Mãe Joana".
Joana foi assassinada em 1832 por seu próprio sobrinho e herdeiro, Carlos de Anjou.
Transposta para Portugal, a expressão "paço-da-mãe-joana" virou sinônimo de prostíbulo. No Brasil, a palavra "paço" foi modificada para "casa", gerando a expressão como é conhecida até hoje: "Casa-da-mãe-joana". Os dicionaristas dizem que, por extensão, "casa-da-mãe-joana" indica o lugar ou situação em que cada um faz o que quer, onde imperam a desordem e a desorganização; um local onde vale tudo, onde predomina a confusão, a balburdia, etc.



domingo, 1 de maio de 2011

Restauro do Solar da Marquesa é concluído

29 de abril de 2011
JT
Iniciada em 2008, a reforma do Solar da Marquesa, na Rua Roberto Simonsen, no centro, chegou a fim. Mas prédio, à marquesa Domitila de Castro Canto e Melo, a marquesa de Santos, só deve ser aberto à visitação em agosto, já como sede do Museu da Cidade. A transferência de parte do acervo deve ocorrer nos próximos meses.
Hoje, o que se vê é a fachada de um prédio residencial de um andar, típico do século 18, com pintura recente em tom salmão. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, o custo da reforma, que passa pelos últimos retoques, é de R$ 2,4 milhões. Desde 2008, a entrega do Solar foi adiada várias vezes por conta de mudanças no método de restauro e até a descoberta de vestígios arqueológicos.
Ao lado do Solar, na Casa Número 1, o entra e sai de operários é intenso durante todo o dia. Cerca de 50 homens trabalham de segunda à sexta na reforma. A obra, que começou em julho de 2009, tem como nova data de conclusão o segundo semestre. A Secretaria Municipal de Cultural prefere não especificar um prazo. O prédio abrigará a Casa da Imagem de São Paulo, responsável pela preservação de todo o acervo fotográfico da capital.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Língua portuguesa, estrangeirismo na escrita

Assembleia Legislativa do RS aprova PL que proíbe estrangeirismo na escrita
Assembleia gaúcha aprova PL 156/09 (v. abaixo) que institui obrigatoriedade da tradução de expressões estrangeiras para a língua portuguesa em todo "documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação" no âmbito do Estado do RS, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente.
Projeto de Lei nº 156 /2009
Deputado(a) Raul Carrion
Institui a obrigatoriedade da tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Art. 1º Institui a obrigatoriedade da tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, em todo documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação através da palavra escrita no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, sempre que houver em nosso idioma palavra ou expressão equivalente.
§ 1º – Nos casos excepcionais, em que não houver na língua portuguesa palavra ou expressão equivalente, o significado ou tradução da palavra ou expressão estrangeira deverá estar escrito, com o mesmo destaque, subseqüentemente a sua utilização no texto.
§ 2º - A tradução a que se refere o caput deste artigo deve ser do mesmo tamanho que as palavras em outro idioma expostas no documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação em questão.
Art. 2º Todos os órgãos, instituições, empresas e fundações públicas deverão priorizar na redação de seus documentos oficiais, sítios virtuais, materiais de propaganda e publicidade, ou qualquer outra forma de relação institucional através da palavra escrita, a utilização da língua portuguesa, nos termos desta lei.
Art. 3º Esta Lei poderá ser regulamentada para garantir sua execução e fiscalização e para definir as sanções administrativas a serem aplicadas àquele, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que descumprir qualquer disposição desta lei
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Porto Alegre, 03 de agosto de 2009.
Deputado(a) Raul Carrion



domingo, 24 de abril de 2011

Bom Retiro

A Luz – bairro em que se instalou o primeiro jardim público da capital - foi decisiva para o crescimento do Bom Retiro, que conheceu o progresso a partir da inauguração da estação ferroviária. Vivia no Bom Retiro uma grande colônia de italianos e portugueses. Eram os famosos “carcamanos”. A origem desse termo é interessante. Contam as más línguas que os vendedores italianos, ao pesarem qualquer mercadoria a que faltavam algumas gramas, ouviam da mama a observação: “Calça la mano, figlio mio”.
Na década de 1880 fez-se o loteamento e a urbanização do bairro do Bom Retiro, processados pelo empresário Manfredo Meyer.
O nome do Bom Retiro surgiu porque o local era procurado por pessoas para o “retiro” de fim de semana.
A partir do final dos anos 30 vieram os judeus fugidos da perseguição nazista. Sua chegada no bairro acentuou-se nos anos duros da Segunda Guerra – 1939 a 1945. Foram eles os responsáveis pelo grande progresso do bairro. Os judeus se tornaram pioneiros na venda em prestações, que deu grande impulso ao comércio da região, principalmente nas ruas José Paulino, da Graça e Barra do Tibagi.
Nos anos 70 os judeus começaram a dar lugar aos coreanos, que assumiram o ramo de confecções. Os coreanos também estão introduzindo e impondo o paladar de suas comidas típicas.
Dia do Bairro: 1º de outubro
Fonte: Subprefeitura Sé; Bairros paulistanos de A a Z – de Levino Ponciano

Alto de Pinheiros

O Alto de Pinheiros surgiu como um loteamento da Cia. City, iniciado em 1925.
Contudo, tendo a Light and Power Co. recebido por lei estadual, a concessão
para retificar e alargar o Rio Pinheiros, provocou um retardamento na sua implantação e somente em 1937 foi recomeçado o arruamento, aproveitando as vantagens dessa obra.
Quando a Lei do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas em 1770, suas terras que haviam sido leiloadas, deram origens a chácaras e sítios, de particulares.
Estas foram adquiridas pela Cia. City em 1913 e estavam desocupadas
em vista de estarem sujeitas às enchentes periódicas do Rio Pinheiros.
O projeto do novo bairro aproveitou as experiências bem sucedidas dos bairros-
jardins já implantados pela Cia. City: Jardim América e Pacaembu. Com respeitáveis curvas de níveis, um dimensionamento generoso do sistema viário e hábil distribuição de áreas livres (praças, canteiros centrais nas avenidas e calçadas verdes) surgiu o bairro Alto de Pinheiros, no distrito de Alto de Pinheiros, constituindo-se em área residencial das classes média e alta da sociedade paulistana. A sua avenida principal, com canteiro central de largura superior às das pistas de rolamento, é hoje denominada Avenida Pedroso de Moraes, onde se destaca o grande corredor comercial formado por lojas de automóveis, supermercados e empresas de engenharia. Com a Praça Pan-Americana e sua rotatória de grandes dimensões localizada no centro do bairro, que distribui as largas avenidas em suas diagonais, o Alto de Pinheiros, constitui até hoje um exemplo dos mais representativos do urbanismo europeu.
Fonte: Subprefeitura Pinheiros



CONFORME PETROBRÁS FATOS E DADOS:
http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2011/04/07/preco-da-gasolina-mitos-e-verdades/
Adilson_linhares-ES disse:
13 de abril de 2011 às 06:46



Esta é a comparação que alguns estão fazendo.
Aqui uma tabela cobrada à população por litro
Brasil R$ 2,73

Chile R$ 2,23
EEUU R$ 1,97

Paraguai R$ 1,82

Colômbia R$ 1,72

El Salvador R$ 1,60

Argentina R$ 1,53

México R$ 1,12

Bolívia R$ 0,83

Equador R$ 0,60
Venezuela R$ 0,04

PELOS PELA HORA DA MORTE

SE A BARBA DO WAGNER (GOVERNADOR DA BAHIA) VALE R$ 500 MIL QUANTO VALE O BIGODE DO (SENADOR JOSÉ) SARNEY?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Adeus, jornalismo velho

01/04/2008
Marcos Sá Corrêa
Adeus, jornalismo velho
Pelo bom humor constante, a impressão é de que Marcos Sá Corrêa acaba de voltar de um feriadão nas montanhas de Itatiaia. Nada parecido com o protótipo do jornalista estressado, fumante, buscando brechas em tempos de ditadura. Ele já foi tudo isso. No auge da repressão, produziu um furo de reportagem ao revelar para o país o que fora a Operação Brother Sam: em 1964, os Estados Unidos estavam de prontidão para invadir o Brasil se houvesse resistência ao golpe. Segundo ele, a descoberta foi pura casualidade. Também foi por acaso que sua primeira foto, ainda como estagiário, ganhou a capa do jornal.
Acredite você no acaso ou, se preferir, no faro aguçado, o fato é que as andanças de Marcos costumam indicar bons caminhos. Há quase dez anos, deixou para trás o jornalismo tradicional para apostar na Internet: criou o site de notícias No. (depois Nomínimo), que em sua curta vida tornou-se um dos mais importantes do país, e outro, pioneiro em jornalismo ambiental (O Eco). Hoje envolvido em mais um projeto inovador — a Piauí — Marcos fala à Revista de História da Biblioteca Nacional (que ajudou a conceber e da qual é conselheiro) sobre as transformações da imprensa, diz que historiador tem que aprender a escrever e explica por que o país está desperdiçando uma revolução tecnológica como não se vê desde Gutenberg.
“Estamos sentados na praia de um tsunami, achando tudo tranqüilo porque a maré está baixa”, profetiza o tranqüilo ex-fumante, sem tirar o sorriso do rosto. Ao que parece, ele está pronto para surfar.
REVISTA DE HISTÓRIA Você é formado em História?
MARCOS SÁ CORRÊA Graduei-me em História, mas fiz o curso “nas coxas”, nem fui pegar o diploma. O que me levou para a faculdade foi o fato de que minha namorada estudava no Colégio Santa Úrsula. Por conta disso, acabei fazendo a Faculdade Santa Úrsula. Estou casado com ela até hoje. O outro ponto é que, mal saí do colégio, comecei a escorregar para dentro do jornalismo.
RH Como foi isso?
MSC Jamais cogitei ser jornalista. Queria ser fotógrafo desde menino, tinha começado a publicar algumas coisas. Um dia, fiz uma reportagem sobre Guignard por conta própria. Fotografei, escrevi e fui oferecer à revista Manchete, com a maior cara-de-pau. E a revista comprou! Achei aquilo uma facilidade interessante. “É o que eu vou fazer daqui para a frente”. Então fui trabalhar como estagiário de fotografia no Jornal do Brasil. No primeiro dia, me deram uma pauta cretina, para fotografar um senador que viria ao Rio. Daquelas fotos que não teriam utilidade nenhuma. Saí com minha maquininha velha do jornal, fui ao Senadinho, mas o senador não apareceu. Eu voltava do meu primeiro dia de trabalho sem uma foto. Quando passei pela Praça Marechal Floriano, vi uma feira de livros, e naquela hora estava começando uma tempestade. Entrou uma ventania e os livros começaram a voar. Um livreiro tentava agarrar os livros, que adejavam na frente dele como borboletas. Bati umas quatro fotos meio por brincadeira, sem saber se serviriam para alguma coisa. Quando abri o jornal no dia seguinte, tomei um susto. Estava lá na primeira página. Assinada com meu nome errado: “Marcos Villas-Bôas”. Foi a maior frustração, porque eu não sou Villas-Bôas, Villas-Bôas é o meu pai. Como ele era conhecido, saiu com esse nome.
RH De lá você foi para a equipe que criou a Veja?
MSC Fui, mais uma vez por equívoco. Passei no concurso achando que ela seria feita nos moldes da única revista importante da Editora Abril, a Realidade, que dava enorme importância à fotografia. Aí descobri que estava sendo incorporado a uma revista que não dava, na época, quase nenhuma fotografia. Mas o salário era tentador. Sou um cretino que entrou para o jornalismo porque pagavam bem.
RH Como você descobriu a Operação Brother Sam?
MSC Da maneira mais acidental possível. Estava no Jornal do Brasil como repórter especial depois de passar quase uma década na Veja, onde fui editor. Era 1975, estávamos no governo Geisel e eu freqüentava, junto com o Elio Gaspari, a casa de um depositário de papéis importantes do começo do regime, o almirante Paulo Castello Branco, filho do marechal Humberto de Alencar Castello Branco. Ele tinha uns armários cheios de documentos de 1963, que foram pesquisados por dezenas de historiadores. O Castello Branco era do período letrado do regime militar. Gostava de escrever, tinha papéis da conspiração, e o filho abria aquilo sem nenhuma restrição. Você ia lá, metia a mão e encontrava providências sobre a tortura, coisas que não estavam em nenhum outro acervo oficial. Em uma dessas ocasiões, o Paulo comentou que, semanas antes, um brasilianista da Universidade do Texas chamado John Dulles, filho do Foster Dulles, passou por lá e disse que documentos importantes sobre o período de 1964 começavam a ser liberados na biblioteca presidencial do Lyndon Johnson. Isso foi em meados do ano. Passada a correria inútil da cobertura da eleição municipal, o Elio se lembrou: “Vamos ver aquilo?” E fui parar em Austin.
RH Como foi o processo de pesquisa?
MSC O começo foi desnorteante, quase “O que eu vim fazer aqui?” Mas o nome em código da operação militar me ajudou: Brother Sam. Na quarta ou na quinta vez que aquele nome passou na minha frente, em papéis esparsos, percebi que sempre vinha marcado com uma tarja azul. Eram telegramas internos do governo, e, seguindo a tarja azul, foi fácil voltar na papelada e ficar puxando. Se não fosse isso, não conseguiria reconstituir o caso, criar um sentido.
RH Era um volume muito grande de documentos?
MSC Era; tirei umas duzentas, trezentas cópias. Para piorar, tive que acelerar o trabalho dramaticamente por um motivo que hoje me parece estúpido: eu tinha passagem de volta marcada e precisava acabar aquilo em uma semana. Pegava os papéis e olhava correndo, via que alguma coisa fazia sentido, mandava xerocar, e só vim a ler depois, no avião, já voltando.
RH Ficou com medo de ser perseguido?
MSC Quando vi que tinha topado com uma coisa bombástica, comecei a ter conversas cifradas por telefone com o Elio, e ele deduziu que vinha ali um negócio grande. Instruiu-me a não sair de Nova York sem tirar cópia de todas as cópias, para não correr o risco de pegarem os documentos no aeroporto. Tirei e deixei na casa da correspondente do Jornal do Brasil em Nova York, sem dizer o que era. Mas desembarquei no Brasil sem problemas, e fui direto para o JB. O Elio me levou ao editor do jornal, que era o Walter Fontoura. Expliquei o que era e ele me disse: “Olha, melhor você falar com o Nascimento Brito”. Era o dono do JB. Eu nunca tinha visto o doutor Brito naquele tempo. Ele me perguntou: “Você roubou esses papéis?”. Eu disse “não”, e contei resumidamente como tinha obtido aquilo. “Então, pode dar”. Aí, montou-se uma força-tarefa dentro do jornal para produzir todo o conteúdo em quatro dias. Fechamos a edição com aquela sensação de que ia ser apreendida. Eu e o Elio fomos jantar de madrugada, depois passamos no jornal para pegar alguns exemplares, porque, se fosse apreendido tudo, a gente teria alguns.
RH E houve algum tipo de censura?
MSC Nada. Do mundo oficial não ouvi uma palavra. Mas, de qualquer forma, aquilo espirrava para todos os lados. Uma das pessoas que mais se queixaram comigo foi o Tancredo Neves, porque tinha umas fichas da CIA dizendo quem era quem no Brasil, e publicamos tudo. O Tancredo ligou dizendo “Você acabou comigo”, porque a ficha dele dizia que era desonesto. Eu me dava com o Tancredo. Ele ficou magoado e dizia: “Mas como é que você publica um negócio que diz que eu sou desonesto?” E eu respondia: “Como eu vou censurar a CIA?” (risos).
RH O jornal vendeu bem?
MSC Aquelas edições se esgotaram todas. No Rio Grande do Sul, acabou tão rápido que tinha camelô que vendia cópia do JB na rua. Depois a L&PM publicou em livro.
RH Não tinha censor nas redações?
MSC Tinha pouco censor interno. Uma das coisas que me fizeram sair da Veja foi que tinha censor, e era um inferno. Você tinha que passar a noite escrevendo e a manhã esperando o censor ler. Tive vários fechamentos de setenta horas sem sair da redação. E só no fim daquela década, quando voltei para a Veja, entendi qual era a lógica do censor. Ele detinha informações que a gente não sabia. A gente tateava. Tinha lá suas arbitrariedades, mas, no essencial, perseguia duas informações: notícia de tortura e notícia de qualquer agitação militar que pudesse influir em sucessão presidencial.
RH O que mais mudou na imprensa brasileira desde os anos 1960?
MSC Uma das mudanças que mais me chamaram a atenção é a ausência da pessoa que já foi, em outras épocas, a mais indispensável: o teletipista. Uma redação podia funcionar sem o diretor, sem o repórter, sem o fotógrafo, mas se o teletipista ficasse doente, era um caos. É engraçado: um dia você acorda e não existe mais.
RH Antigamente se escrevia melhor nos jornais?
MSC Não é a minha sensação. Chefiei redações onde havia analfabeto funcional. Estou falando de meados dos anos 80 e até 90. O sujeito sabia dizer o que tinha visto, mas não sabia pôr no papel em mais de cinco linhas, e olhe lá. Eu fui daquela geração que desprezou o diploma obrigatório para jornalista. Até me dar conta de que a qualidade média do jornalista na redação tinha melhorado absurdamente com a exigência do diploma.
RH As condições de trabalho mudaram muito?
MSC Quando comecei, jornalismo era um emprego de verdade, com carteira assinada, uma carreira estabelecida e previsível. Hoje, o jornalismo brasileiro está voltando a ser um subemprego. Os contratos profissionais deixaram de ser contratos profissionais. Tudo isso é uma desmoralização da profissão numa época em que ela está tecnicamente mais equipada.
RH E quanto às possibilidades da comunicação?
MSC Uma das pragas do jornalismo era aquela sensação permanente de leviandade, determinada pela taxa de compressão. Porque você trabalha com informação, tem que pegar tudo e espremer em um espaço limitado. Na Internet, eu posso dar uma nota de três linhas que, através de um link, contém uma informação de dez milhões de páginas. Outro ponto que me fascinou é que nela os fatos jornalísticos nunca estão consumados, eles continuam acontecendo. Quando você escreve uma coisa e alguém te avisa que fez besteira, você ganha uma informação a mais, instantânea, que pode ser publicada. Hoje, acho o jornal uma velharia. Todos os jornais em papel vão morrer nos próximos vinte anos, no máximo, e já vão tarde. Eles são a pior maneira de se divulgar notícia. “Jornalismo” vai virar um anacronismo. É uma palavra que se baseia no nome de um produto que, fisicamente, terá deixado de existir. Estamos sentados na praia de um tsunami, achando tudo tranqüilo porque a maré está baixa...
RH À beira de uma revolução?
MSC Se você pensar bem, já está acontecendo um fenômeno comparável aos primórdios da imprensa. Todo mundo sabe o impacto avassalador que teve a invenção do tipo móvel. O mundo moderno foi criado por Gutenberg. O desenho da Europa moderna é, em grande parte, determinado pelo efeito da transformação de dialetos não-literários em língua escrita. A Itália, hoje, continua sendo um negócio onde se fala mais de cem dialetos, mas é um país que se formou porque Dante criou uma língua escrita: transformou em italiano o que era, na época, o dialeto florentino. Quando aquele povo todo passou a ter uma língua, criou-se uma Itália que nunca tinha parecido natural. Antes, a escrita era feita para guardar informação. Esses evangélicos de terninho, com a Bíblia debaixo do sovaco, nem sabem que são filhos do Gutenberg. A revolução protestante deve muito ao tipo móvel. Se a palavra de Deus estava num livro e o livro podia ser replicado de maneira cada vez mais barata, você não precisava de uma Cúria, não precisava de Roma: a palavra podia ser distribuída. A mudança que houve no mundo depois de Gutenberg ainda não foi sequer longinquamente imitada pelo impacto do computador. Portanto, tem que acontecer.
RH De que maneira?
MSC O computador e a Internet acabam com o intermediário da multiplicação de informação, que sempre foi um produto da revolução industrial. Você tinha que ter alguma máquina de replicação para que um texto virasse dez mil ou cem mil. O tamanho desse alcance era dado pela potência de saída da sua máquina. É assim na imprensa escrita, no rádio, na televisão. Esses três meios dependem de uma empresa jornalística poderosa para terem maior alcance. Na Internet, quem decide o alcance de uma notícia é quem vai ler. Se você tiver um notebook aqui e agora, ligado na Internet, e escrever uma coisa que o mundo inteiro esteja precisando desesperadamente saber, não há nenhuma diferença no alcance dessa notícia e da mesma notícia publicada pelo Globo. A Internet chega a vinte e dois milhões de domicílios no Brasil, e olha que somos retardatários nisso. Mesmo assim, a soma de casas com Internet já é três vezes maior que a soma de todos os jornais diários publicados no Brasil. Grandes, pequenos, médios, regionais, locais, nacionais... Todos eles juntos têm sete milhões de exemplares.
RH Essas possibilidades tecnológicas ainda são subaproveitadas?
MSC Nos anos 1990, quando isso tudo estava se processando de maneira muito rápida, o jornalismo brasileiro tomou o caminho de deixar de cobrir o Brasil na sua real complexidade. Os jornais encolheram da borda para o centro. O número de empregos desaparecendo em redações, na virada do milênio, era uma coisa espantosa. E começam sempre a enxugar pelas sucursais. É muito melhor demitir um correspondente do Acre, que você nunca viu, do que um sujeito que trabalha na mesa ao lado. Este é um dos motivos da crise atual, da infinita desimportância e chatura dos jornais brasileiros. Hoje, as grandes revistas de informação e os jornais todos são feitos, cada vez mais, em uma só redação, com o aporte de notícias de Brasília. É um desperdício, porque Brasília não é mais produtora de notícia.
RH Não?
MSC Você pode cobrir Brasília com três notícias por ano. O resto é cascata. No fim de semana passado, o Lula veio ao Rio para lançar dois projetos de reurbanização de favela. Um evento estritamente publicitário. Nos bons tempos, você mal cobria. Ia lá para ver se o presidente levou um tiro, e saía uma nota. Quem se criou no regime militar, que gostava muito de publicidade, aprendeu a se vacinar contra coisas feitas só para produzir notícia a favor. Agora, o Lula vem aqui, não acontece nada, e os jornais dão quatro páginas sobre um assunto feito só para dar publicidade. Não tem nada ali que alguém precise saber.
RH E está no jornal todo dia.
MSC Virou a regra. E uma regra tão bem estabelecida que o Brasil já teve três tipos diferentes de presidentes cuja maior habilidade é manipular a notícia. O que era o Collor? O Lula é isso. O Itamar foi isso. Eles geram uma quantidade enorme de cobertura com a falta de notícia. Brasília perdeu importância decisiva no cotidiano do brasileiro lá se vão mais de trinta anos. Você acompanhava Brasília porque qualquer decisão do Delfim Netto podia mudar, no dia seguinte, aquilo que acontecia na sua casa. Deixou de ser assim. Pela primeira vez em nossa história, o país descentralizou-se. E foi justamente no momento em que chegavam os computadores e a Internet nas redações.
RH Como ficam os textos históricos no meio de tudo isso?
MSC A historiografia brasileira estava muito refém do meio acadêmico, que tende a reproduzir, ainda hoje, o mundo intelectual da Idade Média, no qual se escrevia numa linguagem inacessível à rua, o latim. Ao mesmo tempo, a principal característica da informação no Brasil de hoje é a pulverização dos segmentos de leitura. Não existe mais a informação única que interessa a todos. Cada um tende a seguir seu próprio gosto. Quem gosta de criar buldogue procura uma publicação especializada na criação de buldogue. As revistas de História tendem para isso. Cria-se uma demanda para o historiador parar de escrever no “latinório” do meio acadêmico. Ele tem que aprender a escrever em língua de gente. E, cá entre nós, os grandes historiadores escrevem bem. É raro um historiador realmente importante que não tivesse um texto à altura do que ele queria mostrar.
RH Tem alguma receita para se aprender a escrever bem?
MSC Toda faculdade de Comunicação deveria ter uma cadeira chamada Euclides da Cunha. No primeiro período, ler Os Sertões. No segundo, ler Os Sertões. No terceiro, ler Os Sertões. No quarto, ler a primeira parte de Os Sertões, que é uma chatice. No último período, para não pegar vícios, aprender a não escrever daquele jeito. Ele escrevia de uma maneira chatíssima, mas é um dos livros mais fundamentais da História do Brasil, produzido por um escritor atuando como jornalista, enviado pelo Estado de S. Paulo a Canudos. Era o assunto do momento, discutido no Rio de Janeiro à luz de suposições e informes mentirosos. O sujeito foi lá, apurou e produziu um livro que é impactante um século depois. Até por ensinar que a informação que importa não está no gabinete. Juro que não estou fazendo piada: se alguém poderia fazer uma revolução no jornalismo brasileiro hoje, seria Euclides da Cunha.
RH Mesmo escrevendo mal.
MSC Mesmo assim. Os Sertões começa chato, é preciso passar por aquela maçaroca inicial, mas quando você chega na guerra, o texto começa até a ficar melhor. E aí é um relato espantosamente atual. O que ele escreve sobre meio ambiente dá para publicar hoje. O que ele diz sobre o Vale do Paraíba, sobre a Amazônia, não precisa mudar nada. O sujeito que leu Os Sertões direito e aprendeu a não escrever daquele jeito fez um curso de Jornalismo. Até como ética.
Obras do Autor:
Salada Verde (UniverCidade Editora, 2003)
O Burocrossauro (Nórdica, 1983)
1964 visto e comentado pela Casa Branca (L&PM, 1977)
Itatiaia: O caminho das pedras (Metalivros, 2003)
Verbetes:
Alberto da Veiga Guignard (1896-1962)
Pintor brasileiro, conhecido principalmente por suas paisagens mineiras, teve sua formação na Europa, onde viveu até os 33 anos. De volta ao Brasil, tornou-se um artista completo e organizou uma escola de artes em BH, a convite do prefeito Juscelino Kubitschek.
Operação Brother Sam
Operação montada pelo governo dos EUA em 1964, destinada a apoiar o golpe no Brasil, caso houvesse algum imprevisto ou uma reação dos militares que apoiavam Jango. Era formada pelas forças da frota do Caribe, liderada por um porta-aviões da classe Forrestal, da Marinha americana.
John Foster Dulles (1888-1954)
Secretário de Estado americano de 1953 a 1959, durante a presidência de Dwight Eisenhower, foi figura de destaque na luta contra o comunismo no mundo, apoiando-se muitas vezes na CIA, dirigida na época pelo irmão Allen Welsh.
Lyndon Baines Johnson (1908-1973)
Foi o trigésimo sexto presidente dos EUA, assumindo o cargo em 1963, quando John Kennedy, do qual era vice, foi assassinado. Reeleito no ano seguinte, governou o país até 1969. Foi em seu governo que os EUA entraram totalmente na guerra do Vietnã.