sábado, 31 de dezembro de 2011

Veganismo

Veganismo é uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas.

O número de veganos está crescendo. Em 1997, três porcento nos Estados Unidos anunciaram não ter usado nenhum produto de origem animal nos últimos dois anos. Em 2007, dois porcento do Reino Unido se declararam como veganos. [1] O número de restaurantes veganos está crescendo, de acordo com o Oxford Companion to American Food and Drink (2007).[2] Tem sido mostrado que pessoas em dietas que incluem comidas de origem animal tem mais probabilidades de terem Doenças degenerativas, incluindo doenças do coração.[3] A Associação Dietética Americana (The American Dietetic Association) e os Nutricionistas do Canadá (Dietitians of Canada) consideram a dieta vegetariana como apropriada para todos os estágios do ciclo de vida, embora eles ainda alertam que uma dieta vegana mal planejada pode ser deficiente em vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo, e ácidos graxos ômega 3.[4]

Etimologia

O termo inglês vegan (pronuncia-se vígan) foi criado em 1944, numa reunião organizada por Donald Watson (1910 - 2005) envolvendo 6 pessoas (após desfiliarem-se da The Vegetarian Society por diferenças ideológicas), onde ficou decidido criar uma nova sociedade (The Vegan Society) e adotar um novo termo para definir a si próprios.[5]

Trata-se de uma corruptela da palavra "vegetarian", em que se consideram as 3 primeiras letras e as 2 últimas para formar a palavra vegan.[5]

Em português se consideram as três primeiras e as três últimas letras (vegetariano), na formação do termo vegano (s.m. adepto do veganismo - fem. vegana).

Ideologia

Os veganos boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufactura.

Para o vegano, animais não existem para os humanos, assim como o negro não existe para o branco nem a mulher para o homem. Cada animal é dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc). Dessa forma veganos propõem uma analogia entre especismo, racismo, sexismo e outras formas de preconceito e discriminação.

Preferem usar os termos "animais não-humanos" ou "seres sencientes", em vez de "irracionais".

Muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos animais, que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana.

Vestuário, adornos, etc

Artigos em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc), mantendo o cuidado de não exagerar com consumismos que também, mesmo que indiretamente, geram degradação/negação aos animais.

Alimentação

Excluem da sua dieta carnes, gelatina, lacticínios, ovos, mel[6][7][8] e quaisquer alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.

Medicamentos, cosméticos, higiene e limpeza

Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Não tomam vacinas ou soros, mas podem violar os princípios veganos quando alternativas não estiverem disponíveis, ou em caso de emergência ou urgência. Alguns optam pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.

O vegano defende o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.

São divulgadas entre a comunidade vegana extensas listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Entretenimento

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.

Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "esporte" que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político da não-violência.

Dia Mundial Vegano

O dia 1 de Novembro é marcado pelo Dia Mundial Vegano ("World Vegan Day", em inglês), que é comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra comemorou 50 anos de criação.

Em 2004 o evento marcou o 60º aniversário da sociedade, e o 10º aniversário do feriado.

Documentários

O número de adeptos tem crescido de forma gradual, com o auxílio de documentários que denunciam o especismo e ensinam direitos animais.

Documentários como Meet your Meat ("Conheça sua Carne"), Earthlings ("Terráqueos"), Chew on This ("Pense Nisso") e o pioneiro brasileiro A Carne é Fraca, seguido de Não Matarás, têm causado polêmica e, de uma forma geral, ganhado adeptos em todo o mundo.

Referências

1. ↑ Duda, M.D. and Young, K.C. "Americans' attitudes toward animal rights, animal welfare, and the use of animals," Responsible Management, 1997, cited in McDonald, Barbara. "Once You Know Something, You Can't Not Know It: An Empirical Look at Becoming Vegan", Animals and Society, 8:1, 2000, p. 3.

o Veja também "Vegan Diets Become More Popular, More Mainstream", Associated Press/CBS News, 5 de Janeiro de 2011.

o "Vegetarianism in America", Vegetarian Times, 2008, acessado em 1 de Fevereiro de 2011.

o Sobre o Reino Unido, veja "Would you describe yourself as a vegetarian or vegan?", Survey of Public Attitudes and Behaviours toward the Environment, Department for Environment, Food and Rural Affairs, table 210, question F7, p. 481, accessed February 1, 2011: 81 respondents out of 3,618 said they were vegans.

2. ↑ Berry, Rynn. "Veganism," The Oxford Companion to American Food and Drink. Oxford University Press, 2007, pp. 604–605.

o For the Vegan Society extending its definition in 1951, see Cross, Leslie. "Veganism Defined", The Vegetarian World Forum, volume 5, issue 1, Spring 1951.

3. ↑ Freston, Kathy. Veganist: Lose Weight, Get Healthy, Change the World. Weinstein Publishing, 2011. Ornish conta sobre perca de peso, veja p. 21ff; for Campbell on cancer, heart disease and diabetes, see p. 41ff; for Esselstyn on heart disease, see p. 57ff; for Barnard on diabetes, see p. 73ff; for Greger on factory farming and superbugs, see p. 109ff.

o Segelken, Roger. "China Study II: Switch to Western diet may bring Western-type diseases", Cornell Chronicle, June 28, 2001, accessed September 15, 2006.

o "China-Cornell-Oxford Project On Nutrition, Environment and Health at Cornell University", Division of Nutritional Sciences, Cornell University, accessed February 2, 2011.

o Campbell TC, et al.. (Oct 2002). "Medically supervised water-only fasting in the treatment of borderline hypertension". J Altern Complement Med. 8 (5): 643–50. DOI:10.1089/107555302320825165. PMID 12470446.

o McDougall, J. et al. "Effects of a Very Low-Fat, Vegan Diet in Subjects with Rheumatoid Arthritis", J Altern Complement Med, volume 8, issue 1, February 2002. doi:10.1089/107555302753507195 PMID 11890437

o Esselstyn CB Jr.. (Aug 1999). "Updating a 12-year experience with arrest and reversal therapy for coronary heart disease (an overdue requiem for palliative cardiology)". Am J Cardiol. 84 (3): 339–41. DOI:10.1016/S0002-9149(99)00290-8. PMID 10496449.

o For a paper about the health effects of certain lifestyle changes, including a vegetarian diet, see Ornish D, Brown SE, Scherwitz LW, et al. "Can lifestyle changes reverse coronary heart disease? The Lifestyle Heart Trial", The Lancet, July 1990, 336:8708, pp. 129–133. doi:10.1016/0140-6736(90)91656-U

o Trapp, C.B. and Barnard, N.D. "Usefulness of vegetarian and vegan diets for treating type 2 diabetes", Curr Diab Rep, volume 10, issue 2, April 2010.

4. ↑ Para um resumo, veja "Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: vegetarian diets", Canadian Journal of Dietetic Practice and Research. Summer 2003, 64(2):62-81; também disponível em [1], Página visitada em 31 de Janeiro de 2011.

o Para um segundo resumo, veja Key TJ, Appleby PN, Rosell MS. "Health effects of vegetarian and vegan diets", Proceedings of the Nutrition Society, 2006, 65:35-41.

o Para fontes extras, veja:

o Para vitamina B12, Norris, Jack. "Vitamin B12: Are you getting it?", Vegan Outreach, July 26, 2006, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "B12 is generally found in all animal foods (except honey). Contrary to rumors, there are no reliable, unfortified plant sources of vitamin B12, including tempeh, seaweeds, and organic produce. The overwhelming consensus in the mainstream nutrition community, as well as among vegan health professionals, is that plant foods do not provide vitamin B12, and fortified foods or supplements are necessary for the optimal health of vegans, and even vegetarians in many cases. Luckily, vitamin B12 is made by bacterial fermentation such that it does not need to be obtained from animal products."

o Para Ferro, "Iron deficiency—adults", Better Health Channel, Government of Victoria, Australia, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "High-risk groups such as vegetarians, adolescent girls and women athletes need to eat iron-rich foods each day (combined with foods that are high in vitamin C). ... Vegetarians who exclude all animal products from their diet may need almost twice as much dietary iron each day as non-vegetarians. Sources include dark green leafy vegetables—such as spinach—and raisins, nuts, seeds, beans, peas, and iron-fortified cereals, breads and pastas."

o Para vitamina D, veja "Bones, Vitamin D, and Calcium", Vegan Outreach, January 9, 2007, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "If you get exposed to the following amounts of midday sun (10 am to 2 pm), without sunscreen, on a day when sunburn is possible (i.e., not winter or cloudy), then you do not need any dietary vitamin D that day." Em outros dias, tome um suplemento, veja a página para recomendações.

o Para cálcio, veja "Bones, Vitamin D, and Calcium", Vegan Outreach, January 9, 2007, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Based on research showing that vegans who consumed less than 525 mg per day of calcium had higher bone fracture rates than people who consumed more than 525 mg per day (14), vegans should make sure they get a minimum of 525 mg of calcium per day. It would be best to get 700 mg per day for adults, and at least 1,000 mg for people age 13 to 18 when bones are developing. This can most easily be satisfied for most vegans by eating high-calcium greens on a daily basis and drinking a nondairy milk that is fortified with calcium."

o Para vitamina D e cálcio, veja também Appleby, P. et al. "Comparative fracture risk in vegetarians and nonvegetarians in EPIC-Oxford", European Journal of Clinical Nutrition, volume 61, issue 12, February 2007. doi:10.1038/sj.ejcn.1602659

o Para iodo, veja "Iodine", Vegan Outreach, December 26, 2006, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Iodine is needed for healthy thyroid function which regulates metabolism. Both too much and too little iodine can result in abnormal thyroid metabolism. ... Studies have shown that vegans in Europe (where salt is either not iodized or not iodized at high enough levels) who do not supplement (as well as those who oversupplement) have indications of abnormal thyroid function."

o Para ácidos graxos ômega 3, veja "Omega-3 Fatty Acid Recommendations for Vegetarians", Vegan Outreach, Página visitada em 4 de Fevereiro de 2011: "Without diet planning, vegans and vegetarians have low omega-3 intakes and blood levels; and, in some cases, elderly vegans have close to none." Por isso veganos devem tomar suplementos, use óleos com baixo omega-6 como os de olive, abacate, amendoim, ou canola; e consuma 0.5 g de Ácido alfa-linolênico (ALA) diariamente (e.g., 1/4 de colher de chá de óleo de linhaça). Veja a página para mais detalhes.

5. ↑ a b The Vegan Society. History of the Society (em inglês). Página visitada em 6 de Março de 2009.

6. ↑ Noah Lewis. Why Honey is Not Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.

7. ↑ Vegan Action. FAQ: Is Honey Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.

8. ↑ AmericanVegan.org. What is Vegan? (em inglês). Página visitada em 25 de julho de 2008.



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