quarta-feira, 26 de março de 2025

                            A expectativa como sala de tortura no século 

21 14/03/2025

A expectativa está instalada em todas as emoções produzidas pelos sentimentos

duvidosos.

Ela se faz presente naquilo que é ruim e naquilo que é bom e nos deixa no clima de

apreensão.

Quando falamos que o “melhor da festa é esperar por ela” o pior é quando acabou,

nos propomos despertar você para o que acontece com o foco da festa, antes dela se realizar

num ambiente de satisfação. A mesma sensação mas com o conteúdo ruim, nos leva em mal-

estar.

A expectativa no século 21 passou ser a grande sala de torturas nos castelos medievais

da modernidade.

Todos somos reféns dessa carga psicológica que invade os emocionais dos quatro

cantos do planeta.

A “teoria da incerteza” apresentado por Heisenberg, nascida no século 18 se encontra

desenvolvida no século 21 como um tema proeminente, ao não se ter certeza de nada. Tudo

estando em movimento com encontros nem sempre explicados, desde coisas com elétrons,

corpos celestes, galáxias, universos, com leves conclusões das incertezas da Teoria Quântica,

que se você disser que a entende, direi que duvido. Estaremos sempre a procura desse

entendimento.

Com todas as incertezas colocadas em nosso colo o estado emocional, dançando na

maionese se vê em “expectativa” do que vai acontecer nos introduzindo na sala de torturas se

perguntando quando será sua vez. Na hipótese da expectativa ser para coisas boas a sala de

espera será a “sala da esperança” como conforto.

A expectativa tem a capacidade de manter você tenso, afetando todo comportamento,

fazendo-o refém da dúvida, na procura da verdade que nem sabemos se existe. Tudo a curto,

médio e longo prazo parece estar determinado, porque de cada dúvida nascem duas.

Em todos os campos do conhecimento as certezas são atacadas pelas incertezas.

Dimensionar o tempo para esses esclarecimentos é impossível até agora.

No campo das economias, as dúvidas mais frequentes são: Será que vai chover? Será

que vai faltar alimentos? Será que a bolsa de valores vai subir? Será que o dólar vai baixar?

Será que o salário mínimo vai permanecer?

Na educação as dúvidas dominantes são: Será que o sistema se mantém? Será que o

professor quer ensinar? Será que o aluno quer aprender?

Na saúde as dúvidas continuam a zunir nos nossos ouvidos: Será que o “vírus do

Ipiranga” vai dar uma trégua? Será que vão terminar o hospital inacabado? Será que a equipe

médica vai chegar num acordo? Será que o câncer vai ter cura? Será que vai faltar remédios?

Será que o humano se imortalizará?

Em termos de segurança: Será que os presídios vão dar conta? Será que o PCC vai

dominar? Será que os genocídios femininos vão diminuir? Será que o tráfico de drogas será

combatido? Será que as drogas serão liberadas? Será que os furtos e roubos continuarão às

soltas?

O crescimento populacional continua sendo problema: Será que as igrejas e as

autoridades vão admiti-la? Será que os direitos humanos vão continuar a proteger os

criminosos? Será que o XV de Novembro vai ficar campeão?

Nas filosofias: Será que a humanidade está se esfacelando? Será que os pensamentos

sadios estão perdendo significado? Será que a nossa origem será explicada? Será? Será? Será

que o entendimento da vida será atingido?

As dúvidas continuarão a solapar as bases das certezas até agora aceitas.

Estamos assistindo à confirmação do Chico Buarque de Holanda “O que será, O que será” onde

a sonoridade de seus versos antecipam os questionamentos.

Vamos sair dessa crônica de ficção e entrar na sala da esperança, no aguardo da grande festa

sempre na sua companhia.


Walter Naime

Arquiteto-urbanista

Empresário.

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